terça-feira, 5 de julho de 2011


Fenômeno Peixonauta avança para teatro e cinema

Animação infantil 100% brasileira faz sucesso na TV com mistérios e sustentabilidade


Um peixinho dourado que veste um escafandro cheio d’água e deixa seu mundo molhado para aventurar-se na superfície, onde revela mistérios e soluciona problemas ligados ao meio ambiente. Se você não faz ideia de quem é esse peixe, é porque não deve ter entrado em contato com crianças no último ano. Caso contrário, saberia que a sinopse trata da animação "Peixonauta", fenômeno da TV paga em 2010 que deve ganhar fôlego neste ano.

Criado pela produtora TV Pinguim, o "Peixonauta" estreou no Discovery Kids em 2009 e assumiu a liderança de audiência da emissora - que foi em 2010 o canal de maior audiência da TV paga brasileira. Composta por 52 episódios de 11 minutos, a primeira temporada da série virou febre entre crianças de 1 até 8 anos, contando histórias que mesclam investigações com problemas de sustentabilidade.

"É uma série de mistério que não fala apenas sobre o meio ambiente, mas sobre sustentabilidade - algo que vai desde respeitar a faixa de pedestres até não jogar lixo, ou compreender que é preciso aceitar outras pessoas que tenham características super-esquisitas", explica Kiko Mistrorigo, um dos criadores e produtores da série.

Mas o trunfo do "Peixonauta" não está apenas na temática. O público é convidado a participar dos mistérios por meio das POPs, bolinhas que escondem pistas e que são abertas com sequências rítmicas de palmas dos personagens - que incentivam os espectadores a repetir seus movimentos.

Versão teatral do Peixonauta: oito atores se revezam na manipulação dos bonecos
"'Juntos nós somos demais' é um bordão do desenho, pois estamos falando de comportamento saudável e trabalho em grupo. Notamos que até as crianças menores, que não têm a capacidade de compreender o objetivo daquilo, percebem que estão trabalhando em grupo", conta o produtor, salientando que a participação do público foi vital para o sucesso do programa. "O pessoal do Discovery Kids entendeu a proposta e decidiu exibir a série às 19h30, que é pouco antes da hora de dormir. Aí os pais acabam conversando com os filhos sobre o assunto abordado no episódio", completa.

Produção 100% brasileira

Enquanto outras animações idealizadas no Brasil são feitas em parceria com produtoras estrangeiras, o 'Peixonauta' foi feito inteiramente no país - desde sua concepção até a entrega dos episódios finalizados. A série atualmente é exibida em 65 países, lista que inclui Canadá, Estados Unidos, Coréia e toda a América Latina. "A rede de televisão Al-Jazira transmite o desenho para muitos países de língua árabe", revela Kiko.

Além de uma segunda temporada, o fenômeno Peixonauta vai render um longa-metragem e uma peça de teatro. O filme, previsto para o final de 2012, colocará o peixinho em sua primeira aventura na cidade. "O Peixonauta tem essa característica de sair do meio molhado e olhar o nosso mundo com uma visão infantil, inocente, curiosa, pois tudo é novidade. E ele vai achar a cidade super-estranha, dividida em ruas, cheia de barulhos - e vai ter um grande mistério!", adianta Kiko.

Já "Peixonauta, a Peça – Da TV para o Teatro", que tem estreia marcada para este sábado, no Rio de Janeiro, tira os personagens da tela da TV e os coloca perto do público. O projeto, idealizado pelo casal de apresentadores Angélica e Luciano Huck, conta uma aventura inédita chamada "O Caso da Grande Chuva".

"O Luciano leu o roteiro para os filhos, para ver a reação deles. Foi como um teste para nós", conta Aniela Jordan, uma das sócias da produtora Aventura Entretenimento, responsável pela adaptação da série para os palcos.

"A nossa ideia não é só fazer uma peça, mas uma experiência desde a hora que a criança entra no teatro até a saída. Temos banheiros decorados, lojinha especial do Peixonauta, brincadeiras de pescaria, flores caindo no meio da plateia", explica ela.

Apesar de a temporada inicial estar prevista para acabar em 30 de janeiro, Aniela garante que novas datas serão marcadas e que o espetáculo deve seguir mais algum tempo no Rio, embarcando em seguida para São Paulo. "Já estamos recebendo propostas de outras cidades, mas não há nada acertado ainda", diz.

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